Quem Somos

A HATMO é uma associação sem fins lucrativos que apoia pacientes encaminhados para transplante de medula óssea, desenvolve ações de humanização do tratamento médico, e agencia redes de voluntariado e solidariedade no estado do Rio Grande do Norte. É constituída por pacientes, familiares e profissionais voluntários de diversos setores.

Os voluntários da Rede Hatmo oferecem apoio emocional e social aos pacientes e familiares por meio de visitas hospitalares, visitas domiciliares, e encontros semanais para a integração e trocas de experiência em diversas áreas. Também promovem campanhas de conscientização sobre o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME).




Depoimento de Rosali Batista Ramalho Cortez 
(Presidente da HATMO-RN)

Meu nome é Rosali Batista Ramalho Cortez, e Ioris Ramalho Cortez é o meu esposo querido com quem compartilho duas filhas, um filho, uma nora, e dois netos. Participam também da minha vida vários filhos do coração, parentes de sangue e de coração, e muitos afilhados.


Sou pedagoga, especialista em administração, terapeuta natural, e professora de música. Trabalhei como Produtora na TV UNIÃO (Canal 22 da TV a cabo local) e atualmente trabalho no programa “O Canto da Lira”, na SIMTV (afiliada da Rede TV, Canal 17 ou 21 na TV Cabo local). Desenvolvo um trabalho voluntário no Hospital Infantil Varela Santiago há vários anos e desde o final de 2009 atuo como Presidente-fundadora da HATMO-RN, uma organização séria fundada para humanizar e apoiar pacientes que precisam de Transplante de Medula Óssea. 


Desde muito jovem tenho me engajado em trabalhos voluntários. Em 1982, em Goiás, ao concluir a faculdade de Pedagogia e frequentar a Especialização, desenvolvi um projeto intitulado “A música diminui a dor”. Apliquei a metodologia quando trabalhei no Projeto RONDON, na FEBEM; nas escolas em que trabalhei; e também quando fui administradora do Colégio São Lázaro no Bairro Cabula em Salvador-BA. Por onde passava sempre usava a música para diminuir a tristeza das pessoas ao meu redor e continuo desenvolvendo esse projeto. 


Em 1985, quando fazia um trabalho voluntário contando histórias, cantando e tocando violão todos os domingos à tarde com um grupo de jovens da Igreja Batista Dois de Julho no Hospital do Câncer em Salvador-Ba, um médico que estava de plantão me chamou e disse: “Rosali, quando você vem tocar violão e cantar as crianças não se lembram da dor. Assim nem precisamos medicar analgésicos, pois a música encanta, alivia e as faz sorrir. Nunca deixe de desenvolver esse lindo dom que Deus te deu”. As palavras daquele médico ficaram gravadas na minha memória e confirmaram os objetivos do meu projeto que foram alcançados e assim nunca mais deixei de cantar e tocar nos hospitais. Visito pacientes em vários Hospitais, onde toco violão e canto. Sinto que Deus tem me usado nesta obra de amenizar a dor dos que sofrem. 


Para aprimorar meus dons fiz vários cursos como Primeiros Socorros, Medicina Preventiva, Contadores de História, Artes, Recreação, Pintura em Tela, Terapias Alternativas, entre outros. 
Recentemente também fundei um projeto de hortoterapia e permacultura chamado "Hortali". Assim, além da música, venho desenvolvendo trabalhos variados no voluntariado. Aprendo a cada dia e ainda tenho muito a aprender. 

Nestes anos de trabalho voluntário tenho tido oportunidade de vivenciar e participar da vida de muitos pacientes. A ligação é tão grande que logo nos tornamos da família. Os pacientes começam a me chamar de Tia Rosali e alguns até me chama de mainha (mamãe). O importante dessa nossa ligação fraternal é saberem que estão no meu coração e é só chamarem que estarei, na medida do possível, pronta para lutar com eles e por eles. 


Digo sempre que na luta pela cura é muito importante ter fé. Se nos colocamos nas mãos de Deus e confiamos que ele cuida de nós, tudo fica mais leve. A confiança nos médicos e na equipe envolvida no tratamento também é fundamental para alcançar a vitória. Os profissionais fazem o possível para a cura do paciente, Deus é aquele que fará o impossível. 


As experiências que tenho vivido neste universo de dores me fez criar uma máxima que me acompanha sempre: “O AMOR QUE NASCE NA DOR É PARA SEMPRE”. Quando participamos da luta de um guerreiro o amor que é construído neste período fica para sempre, mesmo depois de muitos anos de curados a ligação permanece. Participo dos acontecimentos da vida de cada um e sempre nos encontramos depois do tratamento para matar as saudades. 


Há cinco anos conheci uma menina de 9 anos portadora de Leucemia “LMA” chamada Valclécia Batista Santos. Ela pedia muito para que encontrássemos um doador compatível para ela. Não tivemos tempo de encontrá-lo, e ela faleceu. Mas antes de morrer me pediu que lutasse por seus amiguinhos que sofriam da mesma maneira. Sua preocupação e amor ao próximo mudou a minha vida! Foi um anjo de Deus que me escolheu e deixou uma missão que não pude negar. Prometi falar sobre doação de Medula Óssea todos os dias da minha vida e isso mudou meu trabalho voluntário de uma maneira extraordinária. 


Antes da Valclécia meu trabalho voluntário era de amor, carinho, visitas, pedagogia e musicoterapia. Depois da Valclécia passou também a ser de luta e de garra para tentar salvar as vidas. Aprendi que essa grande luta depende de cada um de nós, podemos ser a salvação de alguém!!! 


Quando comecei a falar sobre doação de Medula Óssea fui incompreendida por alguns e com dificuldade consegui a ajuda de outros. Era muito difícil falar do assunto pois o “desconhecido” assustava as pessoas. Mas não desisti diante das dificuldades. 


Fui caminhando e falado desse amor por onde passava, porque entendi a importância e a dificuldade de se encontrar um doador compatível. Estima-se que o o índice de compatibilidade fora da família seja de um doador para cem mil! 


Após este entendimento iniciei a campanha com meu esposo e minhas filhas, lutando para conseguir doadores por meio de palestras nas escolas, igrejas, empresas, internet e em todos os lugares onde pudesse ser divulgada. E com esse trabalho conseguimos que muitas pessoas se cadastrassem como voluntárias e doadoras de Medula Óssea. Com o tempo, palestras, e o esclarecimentos sobre o assunto, as pessoas foram se contagiando com este amor verdadeiro. Houve um aumento expressivo no número de doadores cadastrados no estado do Rio Grande do Norte, pulando de pouco mais de mil cadastros para mais de vinte mil em apenas dois anos de campanha.

Hoje, como uma das fundadoras da HATMO-RN, tenho orgulho do trabalho construído até aqui. Diariamente novos voluntários nos procuram querendo ajudar, entender e participar. Regularmente treinamos novas equipes, estudamos e participamos de várias palestras com médicos de todo o Brasil, e já viajamos para vários Centros de Transplante de Medula Óssea do país para assimilar novas práticas e técnicas que possam aprimorar o nosso trabalho.

A luta para salvar vidas é uma realidade diária da HATMO-RN, ainda que nem sempre esteja ao nosso alcance. Mesmo assim buscamos garantir amor e humanização ao longo de todo o tratamento.

Tenho orgulho de ser HATMO!!! Ser HATMO é Ótimo!!!

O amor ao próximo é um chamado para todos nós, e levar a mensagem da doação de sangue, plaquetas e de doação de Medula Óssea é uma linda maneira de demonstrar esse nosso amor verdadeiro a quem precisa de nós.

“Jesus disse: Filhinhos não amemos de palavra, nem de língua, mas com ações e de verdade”. I João 3: 18

 “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento, logo aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”. João 4: 18

 “Aquele que não ama permanece na morte”. João 3: 14b